Para integrar teoria e prática e engajar estudantes, docentes da UniSul apostam em novas ferramentas de ensino, como o podcast
Em tempos de excesso de informação, conquistar a atenção dos estudantes é um desafio diário para qualquer professor. Na área da saúde, onde teoria e prática precisam caminhar juntas, essa tarefa se torna ainda mais complexa. Guilherme Passarela, coordenador da grande área de Saúde da UniSul, acredita que o segredo está em inovar, não apenas com tecnologia, mas também com experiências que conectem sala de aula, o universo digital e a prática profissional.
Passarela tem apostado em diferentes caminhos para aproximar os estudantes da prática profissional. “Ser professor é estar atento ao processo de inovação, seja tecnológica, seja pedagógica. Nosso papel é oportunizar cenários e experiências que despertem os alunos para o que a profissão pode oferecer”, afirma.
Um dos projetos que exemplifica essa visão é o Papo Saúde, videocast produzido por professores e estudantes da Saúde. Os episódios são lançados no Youtube e divulgados em outras plataformas. “A rede social tem um alcance gigantesco. No Papo Saúde, conseguimos levar informação de qualidade para a comunidade e, ao mesmo tempo, discutir esses conteúdos em sala de aula. Os estudantes participam do processo, ajudam a gravar, pesquisam os temas e percebem, na prática, como a comunicação impacta a tomada de decisão das pessoas sobre autocuidado, alimentação, saúde mental e outros aspectos”, explica Passarela.
De acordo com o professor, o projeto transformou a dinâmica de ensino. Segundo ele, não é raro que discussões iniciadas em episódios do videocast se desdobrem em análises teóricas em sala de aula. A consequência é um engajamento maior e uma relação mais próxima entre professor e estudante.
A experiência também é valorizada por outros docentes da universidade. Para Francis Pazini, coordenador do curso de Medicina Veterinária da UniSul e professor nos cursos da área da Saúde, a iniciativa amplia a conexão entre academia e sociedade. “Esse tipo de iniciativa impacta muito no engajamento dos alunos, porque eles percebem a universidade ocupando espaços modernos de comunicação, que fazem parte do dia a dia deles. O podcast cria proximidade, desperta interesse, e fortalece o sentimento de pertencimento. Além disso, serve de exemplo para que eles também queiram se envolver em projetos de divulgação científica e de extensão, ampliando sua participação acadêmica.”, avalia.
Os dois professores concordam que inovar exige ir além da sala de aula. “Vivemos em um mundo acelerado, com demandas rápidas. Fazer com que o aluno pare, preste atenção e enxergue a importância do que está sendo proposto exige criatividade. O professor precisa ser quase um artista em sala de aula, alguém capaz de oferecer experiências significativas”, observa Passarela.
O coordenador da área de Saúde defende que o professor precisa estar em constante adaptação. “As transformações do mundo do trabalho, da tecnologia e da própria docência exigem atualização permanente. Inovar não é só usar novas ferramentas digitais, mas também criar formas de conectar os alunos à realidade que vão encontrar no mercado”, reflete.
Para ele, o caminho passa pela combinação de redes sociais, experiências práticas e parcerias institucionais. “O professor que quiser inovar precisa estar aberto ao novo e disposto a oportunizar vivências. É assim que conseguimos despertar nos estudantes a motivação para aprender e aplicar o conhecimento”, conclui.
Professores Francis Pazini e Guilherme Passarela encontraram maneiras de inovar no ensino com o podcast Papo saúde – Foto Divulgação.

