Mirna Graciela
Tubarão
Agora é para valer. O Conselho da Comunidade será oficialmente reativado em Tubarão. Nesta sexta-feira, às 14 horas, no auditório do fórum, ocorrerá a eleição da nova diretoria. Os trabalhos são coordenados pelo juiz de execução penal, Elleston Canali, com a participação de empresários e representantes da área de segurança.
O conselho tem como principal objetivo acompanhar os estabelecimentos penais e obter recursos materiais e humanos para prestar melhor assistência ao preso. Trata-se de um órgão auxiliar da justiça de execução penal que deve, no mínimo, ser formado por um representante de associação empresarial, um advogado e um assistente social. Os integrantes trabalham como agentes no cumprimento de tarefas e solicitações de apoio para reintegrar o detento à sociedade, dando-lhe condições de enfrentar o mercado de trabalho.
Através de levantamentos e um cadastro, será possível diagnosticar os detentos que têm possibilidade de trabalhar, suas aptidões e as empresas que se dispõem a contratá-los. “Nós estamos bem satisfeitos com o empenho do juiz Elleston em levar à frente o trabalho de ressocialização levantado pelo conselho”, avalia o presidente do Conselho Municipal de Segurança de Tubarão (Comset), Maurício Silva.
Oportunizar condições de educação e saúde são também metas a serem cumpridas pelo Conselho da Comum Idade. Para o juiz Elleston, a partir do momento que o estado prende, a responsabilidade também é sua de cuidar dos estudos e da saúde do detento.
Documento é entregue a senadores e deputados
Um documento com o pedido da criação de estrutura para atendimento e punição aos menores infratores foi entregue aos deputados e senadores em reunião do Fórum Parlamentar Catarinense, realizada esta semana em Tubarão. A solicitação foi levada por representantes do Conselho Municipal de Segurança da cidade (Comset) e da OAB.
“A polícia prende e a justiça solta, porque não há espaço físico para manter estes jovens. Então, que se tenha estrutura e atendimento pedagógico adequados a esses infratores”, lamenta o presidente do Conselho Municipal de Segurança de Tubarão (Comset), Maurício Silva. Também foi solicitado aos deputados e senadores que priorizem no orçamento os recursos para a construção destes locais.
Ressocialização é discutida com empresários
Em uma reunião recentemente com os diretores da Associação Empresarial de Tubarão (Acit), o juiz Elleston Canali pediu aos empresários que disponibilizem vagas no mercado de trabalho aos detentos. Algumas decisões foram tomadas para sensibilizar a classe.
A realização de um evento, organizado pelo empresário Marcelo Rodrigues, diretor para assuntos da indústria, é uma delas. Ele convidará diversos empresários para este encontro e conscientizá-los da necessidade de tomarem uma postura diferente perante o assunto, principalmente aos detentos que já cumpriram suas penas. Aos que ainda estão na prisão, a análise deve ser feita pelo juiz, antes de serem encaminhados a um emprego. “Estas pessoas que estão presas hoje vão sair amanhã. Elas podem sair para se integrar à sociedade ou nos infernizar”, alerta o juiz Elleston Canali.
Construção do CER e casas de semiliberdade
O presidente do Conselho Municipal de Segurança de Tubarão (Comset), Maurício Silva, revelou que, no dia em que o governador Raimundo Colombo esteve na cidade, a secretária de justiça e cidadania, Ada de Luca, fez uma visita ao Centro de Internação Provisória de Tubarão (CIP).
Maurício acompanhou a secretária, que ficou horrorizada com o ambiente. Na visão dela, o local não ressocializa ninguém. Falou ainda da possibilidade da construção de um Centro de Educação Regional (CER) para o sul do estado e que está em seus planos a retomada das casas de semiliberdade – várias tentativas para viabilizar este espaço em Tubarão foram tomadas, porém, em vão. Estas instituições funcionam para os menores em fase de reintegração à sociedade.