Em 22 de março de 1974, intensas chuvas na Serra Geral elevaram os níveis dos rios e alagaram as áreas baixas de Tubarão (SC). O fenômeno, que chocou a cidade, provocou a interrupção de serviços essenciais e resultou em 156, conforme dados do ex-prefeito Irmoto Feuerschuette, e 199 mortes conforme dados oficiais – embora relatos apontem números maiores –, além de deixar 60 mil dos 70 mil habitantes desabrigados.
A tragédia se agravou pela combinação de chuva contínua, assoreamento e o fenômeno “lestada”, sendo registrada por fotos, reportagens e documentos históricos, e permanece viva na memória local, impulsionando políticas de reconstrução e preservação da identidade urbana.
A partir desta reportagem, o Notisul publica uma série de reportagens avaliando os impactos das cheias do rio e alertas sobre novas tragédias (confira os links no final deste texto).
Impactos imediatos e desafios no resgate
- Alagamento extenso: Áreas baixas e bairros periféricos de Tubarão ficaram submersos, interrompendo a energia e os serviços de comunicação.
- Resgates arriscados: Um único helicóptero sobrevoava a cidade, enquanto moradores se refugiavam em telhados e locais elevados.
- Caos e desespero: A súbita intensificação das chuvas pegou muitos de surpresa, resultando em desabrigamento massivo e contágio pela falta de água potável e alimentos.
Causas e fatores agravantes
- Chuva intensa e prolongada: O período de chuvas desde o início de março, aliado ao fenômeno “lestada” (chuvas e ventos vindos do litoral), encharcou o solo e represou as águas.
- Assoreamento e maré sizígia: O assoreamento do rio e a dificuldade de escoamento, devido à maré, agravaram a situação, impedindo o rápido alívio dos alagamentos.
- Comunicação controlada: A intervenção do Comando Militar restringiu as informações, contribuindo para o pânico e a falta de preparo dos moradores.
Memória, reconstrução e legado
- Registro histórico: A tragédia foi amplamente documentada em fotos, reportagens e livros, e até mesmo hoje faz parte do imaginário coletivo dos tubaronenses.
- Políticas de memória: Iniciativas locais preservam a memória do desastre por meio de monumentos, registros e o dia municipal de lembrança, legitimando ações de prevenção e reconstrução.
- Impacto na cidade: A enchente transformou o planejamento urbano, evidenciando a importância do controle da ocupação em áreas de risco e reforçando a necessidade de ações integradas para evitar novos desastres.
Confira as reportagens produzidas pelo time Notisul.
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