O ex-presidente do Figueirense, Cláudio Honigman, foi alvo da operação “Câmbio Fantasma” nesta quarta-feira (12), conduzida pela Polícia Civil. Ele é investigado por um golpe de estelionato, no qual teria recebido R$ 408 mil de uma vítima para realizar uma conversão cambial de US$ 80 mil, mas, após o pagamento, bloqueou os contatos e não finalizou a transação.
A operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao empresário em Florianópolis, São José e São Paulo. Segundo a polícia, Honigman não foi encontrado em nenhum dos locais.
Como funcionava o golpe do câmbio
De acordo com a investigação, o suspeito prometia realizar operações de câmbio com valores atrativos. No caso apurado pela polícia:
- A vítima foi apresentada a Honigman, que ofereceu dólares a R$ 5,10 por unidade;
- Após receber R$ 408 mil via transferência bancária, o suspeito bloqueou a vítima em aplicativos de mensagens;
- No dia seguinte, ele desativou o número de telefone usado na negociação.
A polícia segue investigando se há mais vítimas envolvidas no esquema.
Histórico de polêmicas no futebol e no mercado financeiro
Honigman assumiu o comando do Figueirense em 2018, em meio a uma grave crise financeira do clube. Na época, ele prometeu uma gestão voltada ao equilíbrio das contas. No entanto, no ano seguinte, acabou sendo punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por emitir um documento falso, no qual o time catarinense supostamente abandonaria a Série B do Campeonato Brasileiro.
Além disso, seu nome já foi associado a investigações envolvendo ex-dirigentes da CBF e do Barcelona. Ele e outros suspeitos teriam movimentado R$ 45 milhões por meio da empresa Alpes Electronic Broker, supostamente usada como fachada para transações irregulares.
Mandados cumpridos em Santa Catarina e São Paulo
Os agentes da Polícia Civil realizaram buscas em um imóvel de luxo em Jurerê, bairro nobre de Florianópolis, além de outros endereços em São José e São Paulo. O objetivo da ação é reunir provas sobre o golpe e possíveis conexões do investigado com outros crimes financeiros.
Até o momento, não foram divulgadas informações sobre apreensões de bens ou valores. O g1 tentou contato com a defesa do empresário, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.