Início Política Haddad: Brasil segue negociando com EUA, mas tarifa pode valer a partir...

Haddad: Brasil segue negociando com EUA, mas tarifa pode valer a partir de agosto

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que o Brasil não vai sair da mesa de negociação com os Estados Unidos, mesmo diante da possibilidade de aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país norte-americano. A medida pode entrar em vigor no dia 1º de agosto.

Em entrevista à Rádio CBN, Haddad destacou que o governo brasileiro está empenhado em manter o diálogo com os EUA e que a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é clara: evitar qualquer tipo de sanção sem justificativa.

Governo brasileiro aguarda resposta americana

Segundo o ministro, até o momento o governo norte-americano não respondeu às duas cartas enviadas pelo Brasil — a mais recente na semana passada. Apesar disso, Haddad reforçou que a diplomacia segue atuando com o Itamaraty e o vice-presidente Geraldo Alckmin à frente das tratativas.

“Podemos chegar no dia primeiro [de agosto] sem resposta? Esse é um cenário que não podemos desconsiderar. Mas ele não é o único. Nós temos planos de contingência para qualquer decisão que venha a ser tomada”, afirmou.

Planos de contingência em elaboração

O Ministério da Fazenda trabalha com diferentes cenários para minimizar os impactos do possível tarifaço. Entre as alternativas, estão mecanismos de apoio aos setores mais afetados e a aplicação da chamada “lei da reciprocidade”. Segundo Haddad, as propostas serão apresentadas ao presidente Lula ainda nesta semana.

Ele ressaltou, porém, que o plano de contingência não necessariamente implicará aumento de gastos públicos. Como exemplo, citou as ações adotadas em apoio ao Rio Grande do Sul após as enchentes, que incluíram linhas de crédito em vez de despesas diretas.

Haddad critica relação Bolsonaro-Trump

Durante a entrevista, o ministro atribuiu parte da tensão com os Estados Unidos à relação pessoal entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e Donald Trump, atual candidato republicano à Casa Branca.

“Temos uma particularidade: uma força política de extrema direita no Brasil que está concorrendo contra os interesses nacionais”, disse Haddad. Para ele, a tarifa de 50% pode estar sendo motivada por questões políticas e não econômicas.

O ministro lembrou que o Brasil tem déficit comercial com os EUA e que, portanto, não deveria ser considerado um risco. “Estamos longe de ser o problema dos Estados Unidos”, afirmou.

Questionamento sobre o Pix

Haddad também comentou o anúncio de Trump sobre uma investigação envolvendo o Pix, sistema brasileiro de pagamento instantâneo. Segundo o ministro, o modelo é bem-sucedido e tem sido elogiado internacionalmente.

“O Pix é um modelo exitoso de transações financeiras a custo zero. Como isso representa ameaça a um império?”, questionou, em tom irônico.

Meta fiscal e desempenho econômico

Ao final da entrevista, Fernando Haddad garantiu que o governo manterá sua meta fiscal. “Apesar de o mercado sempre falar que vamos rever, nós nunca revemos”, disse.

O ministro afirmou ainda que o objetivo da equipe econômica é entregar o “melhor resultado fiscal dos últimos 12 anos” até o fim do mandato de Lula. “Anota o que estou falando”, declarou.

×

Olá!

Clique no contato abaixo para conversar conosco.

× Converse no Whatsapp
Sair da versão mobile