Santa Catarina projeta um salto em investimentos privados: R$ 4,4 bilhões até 2028, com potencial de criação de 18,6 mil empregos. O movimento é puxado por 50 novos projetos aprovados em programas de incentivos fiscais, que priorizam inovação, economia circular e energia renovável.
A lógica é simples, mas ambiciosa: empresas que incorporarem tecnologias da chamada indústria 4.0 terão acesso a condições especiais, podendo até operar com “juros zero” na devolução do ICMS postergado. É uma forma de estimular a modernização da base produtiva e, ao mesmo tempo, alinhar o estado às grandes tendências globais de competitividade industrial.
Os números reforçam o apetite do setor privado. Entre 2023 e agosto de 2025, já foram contemplados 404 projetos em 11 rodadas de concessão de incentivos fiscais. O compromisso assumido pelas empresas envolvidas chega a R$ 28 bilhões em investimentos e quase 104 mil empregos diretos e indiretos.
Liderança no mercado de trabalho
O contexto também favorece a estratégia do governo estadual. Santa Catarina já ostenta a menor taxa de desemprego do país (2,2%), dividindo a dianteira com Rondônia (2,3%). Em termos comparativos, o índice coloca ambos os estados brasileiros à frente não só do restante do Brasil, mas também de países do G7, grupo que reúne as maiores economias desenvolvidas do mundo.
O que está em jogo
A aposta do governo de Jorginho Mello (PL) não é apenas atrair novos negócios, mas consolidar uma base produtiva sofisticada, diversificada e conectada a cadeias globais. A visão é de que, ao oferecer incentivos alinhados à inovação e sustentabilidade, Santa Catarina amplia sua relevância e cria condições para sustentar o crescimento no longo prazo.
O desafio, no entanto, será garantir que esses investimentos não apenas sejam anunciados, mas efetivamente concretizados. O histórico recente mostra bons sinais, mas também evidencia que a execução será determinante para transformar promessas em resultados.
Como resumiu o próprio governador: “A nossa indústria é diversificada, competitiva e inova com produtos de alta qualidade, que abastecem o país e o mundo.” A questão é se o estado conseguirá manter esse diferencial diante de uma economia global cada vez mais competitiva — e se as políticas fiscais conseguirão equilibrar incentivo ao setor produtivo e responsabilidade orçamentária.