O meia Miguelito, do América-MG, foi preso em flagrante neste domingo (5) em Ponta Grossa, após ser acusado de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR. O caso aconteceu durante o jogo entre as equipes pela sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
A denúncia foi feita pelo próprio Allano, com testemunho do volante Jacy, também do Operário. Segundo a Polícia Civil do Paraná, após o término da partida, os envolvidos foram conduzidos pela Polícia Militar à 13ª Subdivisão Policial, onde Miguelito recebeu voz de prisão.
Expressão racista e protocolo antirracismo
Durante o jogo, aos 30 minutos do primeiro tempo, Allano denunciou que o atleta do América-MG teria dito a expressão “Preto do c***”. O árbitro Alisson Sidnei Furtado acionou o protocolo antirracismo da Fifa e da CBF, sinalizando com os braços cruzados em “X”. A partida ficou paralisada por 15 minutos, sem punições imediatas ao acusado, que foi substituído no intervalo.
A Polícia Civil solicitou imagens da transmissão da partida e, conforme a Lei nº 7.716/89, a pena máxima para o crime de injúria racial é de cinco anos de reclusão. Miguelito segue detido até a audiência de custódia.
Clubes se manifestam
O Operário-PR declarou total apoio ao seu atleta e lamentou a continuidade da partida sem medidas imediatas, mesmo com o protocolo ativado. A equipe também confirmou que um torcedor foi retirado após jogar um copo no banco do América-MG.
O América-MG, por meio de nota assinada pelo presidente do Conselho de Administração, Alencar da Silveira Júnior, afirmou que, após apuração interna, não encontrou nenhuma atitude de cunho racista por parte de Miguelito. O clube também repudiou as acusações e reiterou seu compromisso com o respeito e a igualdade.