O presidente Lula decidiu trocar o comando do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) após o escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, confirmou nesta quarta-feira (30) que um novo presidente será nomeado o mais rápido possível. A mudança ocorre em meio às investigações sobre fraudes que vêm sendo praticadas desde 2019, e que foram aprofundadas pela atual gestão.
Nova direção será escolhida diretamente por Lula
Segundo Gleisi, Lula optou por indicar pessoalmente o novo presidente do INSS, retirando essa responsabilidade do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. A ministra ressaltou que não se trata de perda de confiança em Lupi, mas de uma decisão direta do presidente para acelerar a solução dos problemas.
“O presidente resolveu trazer para si a nomeação. Não significa desconfiança no ministro”, explicou a ministra.
Lupi permanece no cargo, mas deve focar em medidas corretivas
Apesar das críticas e da pressão pública, Gleisi afirmou que Carlos Lupi continuará à frente da pasta da Previdência, pelo menos enquanto não houver indícios concretos de seu envolvimento nas fraudes. Segundo ela, o governo espera que o ministro se concentre na adoção de medidas administrativas e tecnológicas para evitar novos casos.
“Ele está se explicando. E agora deve se concentrar em resolver a situação”, afirmou Gleisi.
Aposentados terão valores de abril devolvidos
A ministra informou ainda que os aposentados afetados pelos descontos indevidos terão os valores de abril ressarcidos já em maio. No entanto, o governo ainda busca mecanismos legais para restituir os descontos aplicados nos meses anteriores.
Entre as medidas anunciadas:
Um grupo de trabalho foi criado pela Advocacia-Geral da União (AGU) para levantar os valores devidos;
O governo estuda responsabilizar as entidades envolvidas nas fraudes;
A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal já estão atuando no caso.
“A investigação foi determinada por Lula. Estamos comprometidos em apurar tudo e garantir os direitos dos aposentados”, garantiu a ministra.