No dia 1º de maio de 1994, o Brasil e o mundo perderam Ayrton Senna da Silva, tricampeão mundial de Fórmula 1, após um acidente fatal na curva Tamburello, no circuito de Ímola, durante o Grande Prêmio de San Marino. Aos 34 anos, Senna liderava a corrida quando seu carro, um Williams FW16, saiu da pista a mais de 200 km/h e colidiu violentamente contra o muro de concreto. A morte do piloto foi confirmada horas depois no Hospital Maggiore, em Bolonha, marcando um dos dias mais tristes da história do automobilismo.
Um fim de semana trágico para a Fórmula 1
Aquele fim de semana do GP de San Marino de 1994 ficou marcado por uma série de acidentes graves:
Na sexta-feira, o brasileiro Rubens Barrichello sofreu um forte acidente durante os treinos livres, ficando inconsciente por alguns minutos.
No sábado, o austríaco Roland Ratzenberger faleceu após bater a mais de 300 km/h durante a classificação.
No domingo, além do acidente fatal de Senna, uma colisão na largada entre JJ Lehto e Pedro Lamy resultou em destroços que feriram oito espectadores.
Esses eventos chocaram o mundo do esporte e evidenciaram a necessidade urgente de melhorias na segurança da Fórmula 1.
Causas do acidente e investigações
Investigações posteriores apontaram que a barra de direção do carro de Senna quebrou devido a uma solda mal feita, comprometendo o controle do veículo. Essa falha mecânica foi considerada a principal causa do acidente.
Durante o impacto, uma peça da suspensão dianteira perfurou o capacete de Senna, causando ferimentos fatais. Apesar dos esforços médicos, incluindo uma traqueostomia de emergência e transporte de helicóptero para o hospital, Senna não resistiu aos ferimentos.
Legado e mudanças na segurança
A morte de Ayrton Senna levou a uma reformulação completa das normas de segurança na Fórmula 1:
- Reformulação do circuito de Ímola, incluindo a modificação da curva Tamburello.
Reintrodução da Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA) para representar os interesses dos pilotos.
Implementação de melhorias nos carros, como a elevação das laterais do cockpit e o uso de materiais mais resistentes.
Introdução de dispositivos como o HANS (suporte para cabeça e pescoço) e, posteriormente, o halo de proteção.
Essas mudanças foram fundamentais para aumentar a segurança dos pilotos e reduzir o número de acidentes fatais na categoria.
Homenagens e comoção mundial
O corpo de Ayrton Senna chegou ao Brasil em 4 de maio de 1994 e foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde mais de 200 mil pessoas prestaram suas últimas homenagens. O funeral, realizado no dia seguinte, contou com a presença de autoridades, pilotos e fãs, sendo considerado um dos maiores da história do país.
Em 2024, fãs e autoridades se reuniram no circuito de Ímola para marcar os 30 anos da morte de Senna, realizando caminhadas pela pista e homenagens na curva Tamburello.