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Natal e paternidade: médico revive jornada pessoal com a fertilização in vitro

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FOTO Dr. Alfonso Massaguer / Acervo pessoal Divulgação Notisul

Tempo de leitura: 5 minutos

O Natal ganhou um significado ainda mais profundo para o médico Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana e diretor da Clínica Mãe, em São Paulo. Pai de Nicolas, de 7 anos, e Mark, de 3, ele celebra a data refletindo sobre uma experiência que o conecta de forma direta a milhares de pacientes: a realização do sonho da paternidade por meio da fertilização in vitro (FIV).

Ao lado da esposa, Massaguer enfrentou dificuldades para engravidar devido a problemas de ovulação. A decisão de recorrer à FIV marcou o início de uma jornada que mudaria não apenas a vida pessoal do casal, mas também a forma como o médico enxerga sua prática profissional.

A decisão pelo congelamento de embriões

Durante o tratamento, o casal optou por congelar embriões como estratégia de planejamento familiar. A escolha levou em conta a idade da esposa e o desejo de ter mais de um filho.

“Devido à idade dela e ao nosso desejo de ter mais de um filho, decidimos congelar um número grande de embriões”, relata Massaguer.

A coleta resultou em um número expressivo de óvulos e embriões, o que garantiu tranquilidade para planejar o futuro da família. Segundo o médico, a decisão foi estratégica e conjunta.

“Optamos por congelar embriões para conhecer melhor a qualidade do material e, com isso, aumentar as chances de uma gravidez futura”, explica.

Vivenciar o tratamento mudou a visão profissional

Passar pela experiência como paciente trouxe aprendizados que hoje influenciam diretamente sua atuação clínica.

“Trabalhamos com isso há mais de 25 anos, mas viver o tratamento na própria família muda tudo. Você passa a ter a visão do paciente”, afirma.

Ele lembra de casos em que casais retornavam anos depois do primeiro filho para tentar uma nova gestação, mas encontravam dificuldades relacionadas à idade e à qualidade dos óvulos.

“Muitas vezes ouvimos: “A gente se arrepende de não ter congelado mais embriões ou óvulos no passado”. Hoje, é fundamental pensar não apenas no primeiro bebê, mas também no futuro reprodutivo da família”, destaca.

O lado humano da medicina reprodutiva

As inseguranças, expectativas e ansiedades vividas durante o processo permitiram uma conexão mais profunda com os pacientes.

“A empatia sempre existiu, mas passar por isso na própria pele é diferente. Foi uma experiência difícil, mas que nos uniu ainda mais como casal”, relata.

Segundo o médico, a jornada também fortalece emocionalmente para a maternidade e a paternidade.

“Você enfrenta uma dificuldade tão grande que, depois, os desafios de ser pai e mãe parecem mais leves”, observa.

Segurança do congelamento a longo prazo

Massaguer também faz questão de esclarecer dúvidas frequentes sobre o congelamento de embriões. O embrião de Mark permaneceu congelado por cinco anos, enquanto o de Nicolas ficou armazenado por um ano.

“Não há nenhuma influência nas características da criança. Temos casos de embriões congelados por mais de 20 anos que resultaram em bebês saudáveis. É uma técnica segura e eficaz”, garante.

Planejamento reprodutivo como responsabilidade compartilhada

Neste Natal, a história da família Massaguer simboliza esperança, perseverança e planejamento. Para o médico, pensar no futuro reprodutivo deve ser uma decisão compartilhada.

“Essa responsabilidade não pode recair apenas sobre as mulheres. Os homens estão tão envolvidos nesse processo quanto”, analisa.

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