A Nike, maior fabricante de artigos esportivos do mundo, encerrou o terceiro trimestre com receita de US$ 11,72 bilhões, superando as expectativas do mercado. Apesar disso, o lucro caiu 31%, refletindo o impacto de tarifas de importação e estoques elevados que reduziram a margem bruta para 42,2%, ante 45,4% no período anterior.
Mesmo com aumento de 1% nas vendas totais, a empresa alertou que o crescimento deve desacelerar até o fim do ano, diante de custos adicionais estimados em US$ 1,5 bilhão. O CFO da marca resumiu o cenário: “O progresso não será linear”.
América do Norte impulsiona resultados; China recua
O atacado subiu 7%, atingindo US$ 6,8 bilhões, com destaque para a América do Norte (+4%), que se beneficiou do retorno às vendas na Amazon e da parceria com a Foot Locker. Já o desempenho na China recuou 9%, enquanto a marca Converse teve queda de 27% nas vendas.
As vendas diretas ao consumidor (lojas e online) também diminuíram 4%, o que a empresa pretende reverter com uma reorganização interna: as equipes passam a ser divididas por esportes, não mais por público.
Dividendos crescem, mas ações seguem pressionadas
Mesmo com o recuo nos lucros, a Nike manteve o histórico de 23 anos consecutivos de aumento de dividendos, distribuindo US$ 714 milhões no trimestre. As ações ($NKE) subiram 6,41% no último pregão, mas ainda acumulam queda de 16,75% no ano.
O mercado mostra confiança moderada: entre 39 analistas, 22 recomendam compra e apenas dois sugerem venda. O preço-alvo médio é de US$ 81,61, acima dos US$ 74,20 atuais.
A Nike vale hoje cerca de US$ 102 bilhões, mais que o dobro da rival Adidas, e aposta em novas linhas como a NikeSkims, parceria com Kim Kardashian prevista para 2026, para tentar reacelerar o ritmo de crescimento.