Existe um vilão camuflado nas empresas. Ele não usa capa, nem aparece nos relatórios. Mas é ele quem engole o esforço do marketing, frustra o comercial e sabota o crescimento da empresa.
Seu nome? Falta de integração.
Sim, estou falando daquela devastadora falha silenciosa entre os times de marketing e vendas. O abismo onde caem leads promissores, propostas não enviadas, oportunidades ignoradas. E, claro, muito dinheiro.
Esse problema foi escancarado na pesquisa Panorama de Marketing e Vendas 2025, realizada pela RD Station, onde mostra que apenas 18% das empresas possuem uma integração satisfatória entre os times de marketing e vendas.
O funil está certo. O time, nem tanto.
Tenho visto isso de perto. Com o envolvimento em muitos projetos de clientes atendidos na Athex, já perdi a conta de quantas vezes a geração de leads estava funcionando, o tráfego estava saudável, o conteúdo fazia seu papel… mas o resultado comercial não aparecia. E não era mágica negra, era desorganização clara.
Em teoria, o marketing gera o interesse e o comercial fecha a venda. Mas, na prática, a falta de alinhamento entre esses dois mundos cria um jogo de empurra pra lá e pra cá.
“Só chega lead frio”, ou “O atendimento está muito demorado” são reclamações comuns entre os times. E assim, cada lado defende o seu território… enquanto o cliente em potencial segue travado no CRM (quando tem um CRM, certo?) ou pior, fecha com o seu concorrente porque ele deu a devida atenção ao lead.
Vendas não são automáticas. São orquestradas.
Gerar 100, 500 ou mil leads é inútil se eles forem parar num sistema sem dono, sem processo, sem velocidade. Sem Playbook!
Se o comercial não tem um playbook claro de abordagem, se os SDRs não sabem o que fazer com um MQL, se o marketing não entende os critérios reais de qualificação… tudo vira ruído.
A verdade é que não falta lead. Falta processo. Falta método. Falta um idioma comum entre os times.
O lead não é o fim. Ele é o começo.
Um lead é uma promessa. Um sinal de interesse. Mas, para virar receita, precisa de continuidade, a qual exige estrutura.
Seu playbook de vendas precisa estar pronto para todas essas perguntas:
• Como o lead será atendido?
• Em quanto tempo?
• Por quem?
• Com qual abordagem?
• Com quais argumentos?
• Com quais materiais de apoio?
• Com qual retorno esperado?
E isso tudo precisa ser respondido em conjunto. Uma simples reunião de uma hora onde os dois times entendem as diferentes jornadas por cada tipo de lead que entra e, acima de tudo, como serão as abordagens e objetivos de cada etapa de vendas, aí temos um princípio de integração que vai funcionar lá na frente.
Resolva tudo isso colocando os dois times na mesma sala
Se o marketing conhece os argumentos que convertem, ele pode usá-los na captação. Se o comercial sabe de onde vem o lead e o que ele já consumiu de conteúdos, ele pode personalizar a abordagem.
Se os dois compartilham indicadores, metas e rituais de alinhamento, o funil flui.
Isso parece um grande emaranhado de conceitos difíceis de colocar em prática, certo? Sim, na teoria, é o que parece. Mas a praticidade acontece de maneira muito natural quando você coloca o marketing para sentar do lado do comercial.
Ouvir as conversas, perceber os desafios de vendas, escutar os feedbacks e insights em tempo real, torna tudo mais simples. E ainda faz com que marketing tenha empatia com vendas, e vice-versa.
Porque entre um lead gerado e uma venda perdida, pode existir apenas a distância física.
Ou a ausência de um CRM bem alimentado.
Ou a preguiça de desenhar um processo simples, claro e funcional.
E é por isso que esse abismo não pode mais ser ignorado.