A Polícia Civil de Santa Catarina finalizou o Inquérito Policial da Operação “Acapulco”, deflagrada em 13 de agosto de 2024, em Florianópolis. A investigação desarticulou uma associação criminosa familiar, resultando na prisão preventiva de um dos líderes e no indiciamento de cinco pessoas pelos crimes de parcelamento irregular do solo urbano qualificado, associação criminosa, crime ambiental e lavagem de dinheiro. O inquérito foi enviado ao Ministério Público em 22 de agosto de 2024.
Detalhes do esquema criminoso
A associação criminosa atuava como uma empresa familiar com divisão clara de tarefas. O líder, proprietário de uma imobiliária e das glebas de terra, coordenava a venda dos imóveis irregulares. Outros dois membros cuidavam da venda dos terrenos, enquanto as duas indiciadas restantes administravam as finanças e atuavam como laranjas na lavagem de dinheiro.
- Empresas “fantasmas” e movimentação financeira: O líder constituiu duas empresas “fantasmas” para dissimular a origem dos recursos ilícitos. Embora essas empresas não tivessem atividade operacional, movimentaram grandes quantias bancárias para pagamentos e aquisições de bens de alto valor.
- Auxílio emergencial e movimentação bancária: A esposa de um dos integrantes recebeu auxílio emergencial durante a pandemia, mas movimentou cerca de R$ 1 milhão em sua conta, incluindo a compra de uma moto aquática.
Apreensões e restrições
Durante a operação, foram apreendidos veículos e motos aquáticas no valor aproximado de R$ 2 milhões, além da restrição de quatro veículos adicionais, totalizando R$ 500 mil. Nove imóveis com escritura pública foram sequestrados, avaliados em R$ 10 milhões, e 231 imóveis sem escritura foram registrados com indisponibilidade, somando cerca de R$ 80 milhões. O total de bens apreendidos e restritos atinge aproximadamente R$ 93 milhões.
- Imóveis e veículos apreendidos: A apreensão incluiu oito veículos, duas motocicletas, dois reboques e duas motos aquáticas.
- Imóveis sequestrados e restrições: Nove imóveis com escritura pública e 231 imóveis sem escritura foram registrados, com um valor estimado de R$ 93 milhões.
Caso da casa de veraneio em área de preservação permanente
Foi identificada uma casa de veraneio na Costa da Lagoa, adquirida com recursos provenientes de imóveis irregulares e situada em área de preservação permanente. A construção, utilizada apenas para lazer, está sujeita a demolição por não ter justificativa para permanência em área protegida.