O papa Leão XIV fez um alerta nesta segunda-feira (10) sobre o “potencial destrutivo” da tecnologia e da Inteligência Artificial (IA) quando colocadas “a serviço de ideologias anti-humanas”.
A declaração foi feita em mensagem ao Congresso Internacional sobre IA e Medicina, promovido pela Pontifícia Academia para a Vida, no Vaticano. O pontífice reconheceu os benefícios do avanço tecnológico, mas enfatizou a necessidade de preservar a dignidade humana e o bem comum como prioridades absolutas.
“Podemos esquecer o que é verdadeiramente humano”
Segundo Leão XIV, o progresso da tecnologia tem levado as pessoas a interagir com máquinas “como se fossem interlocutoras, quase nos tornando uma extensão delas”. Essa transformação, segundo ele, representa um desafio ético profundo.
“Corremos o risco não só de perder de vista os rostos das pessoas ao nosso redor, mas também de esquecer como reconhecer e valorizar tudo o que é verdadeiramente humano”, afirmou o Papa.
O pontífice destacou que o verdadeiro progresso só será possível quando o uso da tecnologia estiver guiado por valores morais sólidos.
“É imperativo que a dignidade humana e o bem comum permaneçam prioridades absolutas para todos — tanto para indivíduos quanto para instituições públicas”, completou.
Riscos e responsabilidades no uso da tecnologia
Leão XIV lembrou que os instrumentos tecnológicos atuais são mais poderosos do que nunca e podem causar impactos devastadores se utilizados de maneira irresponsável.
“Os eventos históricos servem de alerta: os instrumentos que temos hoje podem produzir efeitos ainda mais devastadores sobre a vida de indivíduos e nações”, disse.
Apesar dos alertas, o Papa ressaltou também o potencial positivo das inovações quando colocadas a serviço da pessoa humana, especialmente em áreas como saúde e pesquisa médica.
O cardeal Robert Prevost, ao comentar a mensagem papal, reforçou a preocupação com a crescente dependência das pessoas em relação às máquinas, lembrando que a tecnologia deve servir ao homem — e não o contrário.

