A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado em 2022. A denúncia, apresentada em 19 de fevereiro de 2025, acusa Bolsonaro de liderar uma organização criminosa que agiu contra a democracia. Se aceita, ele poderá ser condenado a mais de 30 anos de prisão por crimes como organização criminosa, golpe de Estado e ataque ao Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro liderou plano para desestabilizar a democracia, diz PGR
A PGR afirma que Bolsonaro e seu núcleo próximo atuaram desde 2021 para desestabilizar as instituições democráticas. Entre as ações, estão a edição de uma minuta de decreto para anular as eleições de 2022, a pressão sobre militares para apoiar o movimento golpista, o monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes e o incentivo à manutenção de acampamentos golpistas em frente a quartéis.
Plano incluía assassinato de Lula e Moraes, revela denúncia
A denúncia também detalha que Bolsonaro teria conhecimento e concordado com um plano chamado “Punhal Verde Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre de Moraes. O objetivo era eliminar opositores e assumir o controle total dos Três Poderes. Mensagens e áudios apresentados pela PGR reforçam a participação do ex-presidente na articulação.
Interferência em relatório das urnas e articulação com militares
A delação do ex-auxiliar de Bolsonaro, Mauro Cid, revelou que o ex-presidente interferiu diretamente no relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas. O objetivo era manipular o documento para gerar dúvidas sobre a segurança do sistema eleitoral e alimentar a narrativa golpista entre seus apoiadores. Além disso, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto é apontado como um dos principais articuladores da trama, mantendo contato direto com manifestantes golpistas.
STF decide se aceita denúncia e torna Bolsonaro réu
Agora, caberá ao STF decidir se a denúncia será aceita, o que tornaria Bolsonaro e os demais investigados réus no caso. A PGR reforça que as ações do ex-presidente e seus aliados foram cruciais para os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília. A decisão do STF pode definir o futuro político e jurídico de Bolsonaro e seus aliados.