A projeção do mercado financeiro para a inflação oficial de 2025 caiu pela décima semana consecutiva, passando de 5,09% para 5,07%, conforme divulgado nesta segunda-feira (4) no Boletim Focus do Banco Central. A estimativa para o crescimento do PIB brasileiro permanece em 2,23%.
O Boletim Focus é publicado semanalmente e reúne expectativas de economistas das principais instituições financeiras do país.
Inflação ainda fora da meta
Apesar da redução, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) segue acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o limite superior é 4,5%.
Com o índice acumulado em 12 meses registrando 5,35% em junho, o país ultrapassa a meta de inflação pelo sexto mês seguido. A situação obriga o presidente do Banco Central a apresentar carta pública ao ministro da Fazenda explicando as causas e as medidas para conter o avanço dos preços.
A inflação de junho, segundo o IBGE, foi de 0,24%, influenciada pela redução no preço dos alimentos após nove meses de alta, apesar da pressão da energia elétrica.
Juros seguem altos para conter inflação
A taxa básica de juros (Selic) está mantida em 15% ao ano, conforme decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião. O colegiado interrompeu o ciclo de altas após sete elevações seguidas, diante do recuo na inflação e sinais de desaceleração econômica.
A previsão do mercado é que a Selic encerre 2025 nesse mesmo patamar, com tendência de queda gradual nos próximos anos: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
O Copom alertou que fatores externos, como a política comercial dos Estados Unidos, ainda geram incertezas no cenário inflacionário. Caso necessário, o Banco Central pode retomar o aperto monetário.
Crescimento econômico estabilizado
A expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 se mantém em 2,23%. Para os anos seguintes, a previsão é de crescimento mais modesto: 1,88% em 2026, 1,95% em 2027 e 2% em 2028.
No primeiro trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 1,4%, impulsionada principalmente pelo setor agropecuário. Em 2024, o país teve uma expansão de 3,4% no PIB — o maior crescimento desde 2021.
Dólar e cenário cambial
A cotação do dólar está projetada em R$ 5,60 para o fim de 2025. Para 2026, a estimativa sobe para R$ 5,70, conforme as projeções do mercado financeiro.