Professores da rede municipal de Gravatal participaram de uma capacitação sobre revelação espontânea, situação em que crianças ou adolescentes relatam por conta própria episódios de violência sofrida ou presenciada. O encontro foi conduzido pela assistente social Patrícia Maia.
A formação teve como objetivo orientar os profissionais da educação sobre como agir diante desses relatos, garantindo a escuta adequada e o cumprimento dos encaminhamentos previstos em lei, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/1990) e a Lei Henry Borel.
Escola como espaço de acolhimento
De acordo com a assistente social Patrícia Maia, o ambiente escolar costuma ser um dos locais onde os alunos mais se sentem seguros para compartilhar situações de violência.
“A revelação espontânea pode ser a única chance de interromper um ciclo de agressões. Se o educador não compreender a importância da acolhida ou não souber como agir, o relato pode ser desacreditado, a criança pode ser revitimizada ou até ter sua segurança colocada em risco”, destacou.
Sinais de violência infantil
Durante a palestra, Patrícia alertou sobre erros comuns cometidos por profissionais, como tentar investigar por conta própria, prometer segredo ao aluno ou minimizar a fala da criança.
Segundo ela, a postura correta é acolher, registrar e encaminhar o caso para órgãos competentes, como o Conselho Tutelar, o Ministério Público ou a Delegacia.
A especialista também apontou sinais que podem indicar que um estudante está prestes a revelar uma situação de violência: mudanças bruscas de comportamento, comentários indiretos, busca maior por proximidade com professores, ansiedade e dificuldade de concentração.
“Cada revelação espontânea é um pedido de ajuda. A forma como o profissional reage pode determinar se a violência continuará ou se a criança terá, de fato, acesso à proteção”, completou.
Compromisso da rede municipal
A secretária de Educação de Gravatal, Andréia Asmann, reforçou a relevância do tema para a rede municipal.
“Estamos capacitando os profissionais da educação para que o atendimento à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência seja realizado de maneira ética, protetiva e humanizada”, afirmou.