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Rota do transatlântico é requisitada

O agente de viagens Moisés Feltrin destaca a preferência dos clientes por cruzeiros marítimos
O agente de viagens Moisés Feltrin destaca a preferência dos clientes por cruzeiros marítimos
Maycon Vianna 
Tubarão
 
Do fundo do Oceano Atlântico está a história de uma das maiores tragédias envolvendo embarcações de todos os tempos. O naufrágio do Titanic é lembrado nesta semana. Há 102 anos, o navio inglês construído para 'nunca afundar' remete a lembrança dos mais de 1,5 mil mortos e de fatos que até hoje despertam a curiosidade de muita gente.
 
Para aqueles que possuem condições de realizar um cruzeiro marítimo, a rota do Porto de Southampton, na Inglaterra, até Nova Iorque, nos Estados Unidos, é uma das mais requisitadas. “Já tive clientes da região que me perguntaram se existia algum pacote turístico com passagem próximo do local onde a embarcação naufragou”, revela o agente de viagens Moisés Feltrin, de Tubarão.
 
Alguns representantes de empresas que oferecem cruzeiros não gostam de relembrar da tragédia de 1912. “Logicamente não é algo positivo, mas existem itinerários semelhantes, no entanto, nos dias de hoje, os passageiros viajam com mais segurança. Porém, as cenas do filme Titanic voltam à mente”, garante Moisés.
 
Um exercício de evacuação e sobrevivência a bordo é realizado antes da viagem. “Não há mais divisões de classes, como ocorreu na época do Titanic quando ninguém sabia como sair do navio. Os botes salva-vidas, por exemplo, são todos fechados e não mais de madeira a remo e não protegia do frio”, destaca.
 
Outra diferença de 100 anos atrás está relacionada ao tamanho das embarcações. No início do século 20, os navios eram de menores. Agora, suportam até cinco mil pessoas. “Os transatlânticos são mais estáveis e possuem tecnologia contra incêndio, o que move é o diesel, antes era a vapor”, recorda.
 
 
Cruzeiros marítimos lideram a preferência
De cada dez clientes interessados em pacotes de viagens que procuram a agência de Moisés Feltrin, cinco deles optam por realizar um cruzeiro marítimo. “O litoral brasileiro é bem tranquilo. É difícil ter acidentes com colisões em pedras. Já o trajeto para alguns países da América do Sul, por exemplo, o mar é mais agitado e balança mais o navio”, enfatiza.
Uma embarcação tem a velocidade de 20 nós, cerca de 30 quilômetros por hora. “Mesmo com a história do naufrágio do Titanic, os cruzeiros marítimos ainda lideram a preferência. São muitas as opções de entretenimento e diversão para todas as idades”, destaca Moisés.
 
 
Há 34 anos, navio grego encalhou em Laguna…
Assim como o Titanic, com as devidas proporções, a história do navio de bandeira grega Malteza S., que encalhou na Praia do Gi, em Laguna, no dia 26 de maio de 1979, é cercada de mistérios e curiosidades. Até hoje, alguns historiadores destacam que houve, na época, a ‘maldição do Malteza’. A carga de milho e óleo chegou a se espalhar no mar e, por pouco, não comprometeu a bacia hidrográfica da região. O fato ganhou grande repercussão e destaque na imprensa nacional, devido aos óbitos e todos os outros desdobramentos.
“Houve quatro pessoas que voltaram na embarcação meses depois e foram asfixiados por um gás do milho que estava armazenada no porão. Eles morreram quando foram retirar a carga que era uma ameaça ecológica na época”, lembra o escritor Valmir Guedes Júnior. O navio saiu de Rosário, na Argentina, com destino à Itália e encalhou na Cidade Juliana. Após o acidente, ainda era difícil chegar até o local, cerca de 300 metros da areia da praia. “Há hipóteses como um problema na bomba que teria feito a embarcação encalhar. Também há suspeitas de que tudo foi proposital”, avisa Valmir.
Foto:Acervo de Antônio Carlos Marega/Livro A Última Viagem do Malteza S./Divulgação/Notisul
 
 
 
Acidente no Malteza S
Em 24 de agosto de 1979, três meses após o navio encalhar, iniciava-se a retirada do milho que estava no porão. A porta principal estava emperrada. Para conseguir entrar, os operários abriram um buraco e em silêncio desceram quatro deles, que iriam retirar o milho manualmente e içá-los para um barco de pesca. Foi quando um trabalhador colocou a pá no milho fermentado e molhado. Na hora, lançou sobre eles um gás que em instantes matou Quintino Bertolini (29 anos), Almir Arrubez (25 anos), João Miranda (31 anos) e Vanildo Pacheco de Souza (16 anos), todos de Laguna. Outros dois homens foram internados às pressas no Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos, da Cidade Juliana.
 
Fonte: Valmir Guedes Júnir, livro A Última Viagem do Malteza S
 
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