O governador Jorginho Mello recebeu nesta segunda-feira (17) a proposta de reajuste do piso regional de Santa Catarina, elaborada por centrais sindicais e federações empresariais. O modelo de negociação direta entre empregadores e trabalhadores acontece há 16 anos e garante aumentos salariais para diversas categorias. O texto será transformado em projeto de lei complementar e enviado à Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
Novos valores do piso salarial
A proposta prevê um reajuste médio de 7,2%, distribuído em quatro faixas salariais:
- R$ 1.730 – Agricultura, pesca, construção civil, turismo e hospitalidade, entre outros setores.
- R$ 1.792 – Indústrias do vestuário, calçado, fiação e tecelagem, papel e cortiça, além de telemarketing.
- R$ 1.898 – Indústrias químicas, farmacêuticas, alimentícias e trabalhadores do comércio.
- R$ 1.978 – Metalurgia, gráficas, setor de seguros, processamento de dados e motoristas.
Modelo de negociação única no Brasil
Santa Catarina é o único estado onde o reajuste do piso regional é definido por negociação direta, sem intervenção do governo federal. Segundo o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mário Cezar de Aguiar, esse modelo demonstra maturidade e respeito entre empregadores e empregados.
“O diálogo direto permite que ambas as partes cheguem a um consenso, sem a necessidade de intermediação externa. Esse é um exemplo para o Brasil”, afirmou Aguiar.
Impacto na economia catarinense
O coordenador sindical do Dieese-SC, Ivo Castanheira, destacou que o bom desempenho da economia do estado permitiu um reajuste superior ao dos estados vizinhos, Paraná e Rio Grande do Sul.
“Todos os setores da economia cresceram, e o PIB catarinense está acima da média nacional. Isso nos possibilitou chegar a um percentual próximo do reajuste do salário mínimo nacional”, explicou Castanheira.