Santa Catarina enfrenta em 2025 o inverno mais frio das últimas duas décadas e meia. Segundo levantamento do professor Mário Quadro, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), as temperaturas do inverno meteorológico estão, em média, entre 1°C e 1,5°C abaixo do esperado desde 2020.
Até esta quarta-feira (27), o estado já havia registrado três episódios de neve, geada e manhãs com temperaturas negativas. Em julho, Bom Jardim da Serra chegou a -10,4°C, a menor marca do Brasil no período.
Por que tanto frio?
De acordo com o especialista, a queda acentuada das temperaturas não significa uma anomalia extrema, mas sim a manifestação mais intensa de um padrão de inverno. O cenário de 2025 contrasta com anos anteriores, quando bloqueios atmosféricos impediram a entrada de massas de ar polar.
“O ano recente que mais se aproximou foi 2016. O seguinte foi 2013, marcado pela neve do Cambirela, mas em ambos tivemos períodos mais quentes. Em 2025, a ausência dos bloqueios permitiu a entrada plena do frio”, explicou Quadro.
Serra catarinense no centro do frio
As cidades de São Joaquim, Urubici, Urupema e Bom Jardim da Serra, conhecidas por receber neve quase todos os anos, tiveram destaque neste inverno rigoroso.
Segundo o meteorologista Marcelo Martins, da Epagri/Ciram, fatores como altitude, relevo montanhoso e posição geográfica contribuem para o fenômeno. “A Serra recebe os sistemas frios vindos do polo que se encontram com massas úmidas e quentes vindas da Amazônia”, detalhou.
O frio na memória dos catarinenses
Episódios recentes, como a neve de 2013 e o inverno de 2016, são lembrados pela população, mas os dados de 2025 confirmam que este é o inverno mais rigoroso em 25 anos. Com temperaturas negativas persistentes, o período já entrou para a história do clima catarinense.