FOTOS Divulgação/Sejuri, Notisul
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Em Santa Catarina, o trabalho dentro das unidades prisionais tem se consolidado como um dos principais instrumentos de ressocialização. Só na Penitenciária Feminina de Criciúma, são produzidas mais de 8 toneladas de produtos de panificação e confeitaria por mês, resultado do empenho e da dedicação das internas que participam de um convênio com o Estado.
Produção e capacitação em Criciúma
Na unidade de Criciúma, 56 mulheres trabalham na fabricação de pães, salgados, pizzas e doces congelados. Toda a produção ocorre em um pavilhão industrial instalado dentro da penitenciária, onde as internas participam de todas as etapas, do preparo das massas à embalagem.
A variedade impressiona: pão francês, pão doce, pão de milho, integral, salgados fritos e assados, além de pizzas e produtos de confeitaria congelados, como tortas, brigadeiros e croissants recheados.
Com a renovação do convênio, o número de vagas deve dobrar, chegando a 102 internas até 2026. Além da remição de pena, as participantes recebem capacitação profissional, aprendendo a cumprir rotinas com disciplina, responsabilidade e metas claras. 
“O trabalho é uma ferramenta transformadora. Ele oferece não apenas ocupação, mas oportunidade real de reconstrução da vida”, destacou a secretária de Justiça e Reintegração Social, Danielle Amorim Silva.
Outras unidades também participam
Além de Criciúma, há iniciativas semelhantes em seis unidades femininas: Chapecó, Itajaí, Joinville, Florianópolis e Ituporanga.
Em julho de 2025, mais de 600 mulheres participaram dessas atividades.
Chapecó: cerca de 127 apenadas atuam em malharias, produzindo peças têxteis que geram renda e aprendizado.
Joinville: 56 mulheres trabalham na cozinha, em parceria com empresas de nutrição.
Florianópolis: 23 internas estão envolvidas em tarefas de cozinha e limpeza.
Ituporanga: 37 mulheres atuam em malharias e cozinha, com cooperação de empresas locais.
As iniciativas são coordenadas pela Secretaria de Justiça e Reintegração Social, que mantém convênios com empresas e instituições para promover ocupações produtivas dentro das unidades.
Ressocialização e novos caminhos
Mais do que uma obrigação prevista na Lei de Execução Penal, o trabalho prisional feminino tem se mostrado um ponto de virada na vida das internas. Para muitas, representa o primeiro passo na reconstrução da própria história.
As oficinas e parcerias garantem formação profissional e dignidade, permitindo que as detentas reconstruam sua autoestima e planejem um futuro fora do crime.

