Esquema de propina em emendas de hospital no RS é alvo da PF

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul

A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira (13), uma operação para investigar um esquema de desvio de dinheiro público em emendas parlamentares destinadas ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino. Entre os alvos das buscas está o chefe de gabinete do deputado Afonso Motta (PDT-RS), que destinou as emendas ao hospital. O parlamentar não foi alvo da operação, mas seu nome aparece na investigação. A PF encontrou indícios de um “contrato de propina” que formalizava o pagamento de comissões a uma empresa responsável por captar os recursos.

Investigação aponta contrato formal de propina

As investigações indicam que o esquema envolvia um acordo entre o hospital e a empresa CAF Representação e Intermediação de Negócios, que tinha a função de pleitear emendas parlamentares para a instituição. Em troca, a empresa recebia um percentual dos valores repassados ao hospital. O contrato firmado previa um pagamento de 6% sobre o valor captado, feito até 30 dias após o recebimento dos recursos. Documentos mostram que, entre 2023 e 2024, a CAF recebeu R$ 509,4 mil em pagamentos pelo serviço de intermediação.

PF apreende celular escondido no forro e documentos suspeitos

Durante a operação, a PF realizou buscas em 13 endereços, incluindo residências e estabelecimentos comerciais ligados aos investigados. Entre os itens apreendidos estão celulares, computadores e documentos que podem comprovar o esquema. Em um dos locais, os agentes encontraram um celular escondido no forro de uma residência, o que reforça a suspeita de que os investigados tentavam ocultar provas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) identificou trocas de mensagens sobre o repasse de valores entre os envolvidos.

Deputado se diz surpreso e promete esclarecimentos

O deputado Afonso Motta afirmou que foi surpreendido pela operação e que buscará mais informações antes de comentar o caso. Até o momento, ele não se pronunciou sobre o envolvimento de seu chefe de gabinete no esquema. A defesa dos outros investigados ainda não se manifestou oficialmente. A PF segue analisando os documentos apreendidos para aprofundar a investigação e esclarecer a participação de cada um no suposto esquema de corrupção.