Durante cerimônia no Ceará nesta sexta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou que poderá disputar a reeleição em 2026. Aos 78 anos, o petista afirmou que, caso mantenha a saúde e disposição, não hesitará em buscar o quarto mandato.
“Se eu estiver com a saúde que eu estou hoje, com a disposição que eu estou hoje, vocês podem ter certeza que eu serei candidato outra vez para ganhar as eleições nesse país”, afirmou Lula diante de apoiadores em Missão Velha, durante evento da ferrovia Transnordestina.
Sem citar nomes, Lula fez ataques diretos ao grupo político que o antecedeu na Presidência, afirmando que não permitirá a volta de quem, segundo ele, “quase destruiu o país”.
“Eu não vou entregar esse país de volta àquele bando de malucos que quase destrói esse país nos últimos anos. Podem estar certos disso. Eles não voltarão. Eles não voltarão.”
Possível candidatura à frente de um 4º mandato
Caso confirme a intenção e vença a eleição de 2026, Lula se tornará o primeiro presidente da história do Brasil a governar o país por quatro mandatos — dois em sequência entre 2003 e 2010, e agora em sua nova fase iniciada em 2023.
Apesar do tom afirmativo, Lula ponderou que a decisão definitiva será tomada apenas no ano que vem. “Não se preocupem agora. Vamos governar. Mas se for preciso, estarei na disputa”, declarou.
Discurso ocorre em dia de novo revés judicial para Bolsonaro
As declarações de Lula ocorrem horas após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também acusou o ex-presidente de confessar tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira.
Bolsonaro teria condicionado o fim das tarifas impostas por Donald Trump às exportações brasileiras à sua anistia política — o que Moraes classificou como tentativa de coação e atentado à soberania nacional.
Apesar do contexto político sensível, Lula não comentou diretamente a operação da Polícia Federal contra Bolsonaro durante seu discurso no Ceará.