O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (13) que “ninguém está desrespeitando direitos humanos” no Brasil. A declaração foi dada no Palácio do Planalto, um dia após a divulgação de um relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos que aponta deterioração da situação no país.
Segundo Lula, o documento faz parte de uma estratégia norte-americana para criar “uma imagem de demônio” de nações com as quais querem entrar em conflito. O presidente rebateu as críticas e afirmou que o Brasil tem um Poder Judiciário autônomo, que garante a Constituição, e que o Executivo e o Congresso não interferem nas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O Brasil não tinha nenhuma razão para ser taxado. Não aceitaremos a pecha de que no Brasil nós não respeitamos os direitos humanos”, disse Lula, criticando também a postura dos EUA sobre a própria situação interna de direitos humanos.
Conteúdo do relatório
O “Relatório de Práticas de Direitos Humanos de Países em 2024” avalia 196 países membros da ONU e é referência mundial, utilizado inclusive por tribunais internacionais. No caso brasileiro, cita críticas ao presidente Lula e ao ministro do STF Alexandre de Moraes, além de mencionar a prisão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro acusados de tentativa de golpe.
Relação com o tarifaço dos EUA
No mesmo evento, Lula comentou as medidas anunciadas pelo governo em resposta à nova tarifa de 50% aplicada por Donald Trump sobre produtos brasileiros. O pacote prevê R$ 30 bilhões em crédito para empresas, adiamento de impostos e compra de produtos por entes federativos.
O presidente afirmou que o Brasil seguirá buscando negociação com os Estados Unidos para reverter a tributação e que não adotará retaliações imediatas. “Não quero conflito com ninguém, muito menos com os EUA. Mas nossa soberania é intocável”, ressaltou.
Lula ainda afirmou que a postura americana é de “bravata” e que o país está aberto a buscar novos mercados, citando a Índia como exemplo de diversificação comercial.