Órgão eleitoral da Venezuela proclama Maduro presidente: oposição aponta fraude

Foto: Reprodução das mídias - Divulgação: Notisul Digital

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou Nicolás Maduro como presidente reeleito na tarde desta segunda-feira (29). A declaração foi feita com apenas 80% das urnas apuradas, menos de 24 horas após o fechamento das urnas no país. A oposição, liderada por Edmundo González, contesta os resultados, alegando ter obtido 70% dos votos. Vários países, incluindo EUA, Chile e Peru, também questionaram a veracidade dos dados oficiais divulgados pelo CNE.

Questionamentos sobre a apuração dos votos

A oposição acusa o CNE de ocultar as atas de votação para manipular os resultados, argumentando que as pesquisas de boca de urna indicavam uma vitória folgada de Edmundo González. O CNE não apresentou as atas de votação, documentos que registram o número de votos em cada local, atribuindo a demora na divulgação a uma “agressão ao sistema de transmissão de dados”.

Ataque hacker

O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, afirmou que a demora na divulgação dos resultados foi causada por um ataque hacker vindo da Macedônia do Norte. Saab, que é um forte aliado de Maduro e responsável pelo pedido de prisão de vários líderes da oposição, justificou o atraso com essa alegação.

Questionamentos internacionais

Diversas autoridades internacionais, incluindo os EUA, Chile e Peru, expressaram preocupações sobre a transparência do processo eleitoral e pediram uma contagem mais transparente dos votos. Por outro lado, países como Rússia, Nicarágua e Cuba parabenizaram Maduro pela vitória.

O Brasil espera um detalhamento dos dados da eleição, enquanto o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, expressou sérias preocupações sobre a legitimidade dos resultados. O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que os resultados são “difíceis de acreditar”, e o chanceler peruano condenou as irregularidades do processo eleitoral.

Declaração de Maduro

Após a divulgação dos resultados, Maduro fez um discurso a seus apoiadores, afirmando que sua reeleição representa o triunfo da paz e da estabilidade. Ele declarou que o povo venezuelano escolheu paz e tranquilidade e que o fascismo não passará na Venezuela.

Com o novo mandato, Maduro, um ex-motorista de ônibus que se tornou chanceler, deve permanecer no poder por mais seis anos, totalizando 17 anos como presidente. Seu antecessor, Hugo Chávez, governou a Venezuela por 14 anos até sua morte em 2013.