O ouro consolidou-se como o investimento de melhor desempenho em 2025, superando os principais índices de ações globais, incluindo o S&P 500. A valorização superior a 50% no acumulado do ano é a maior desde 1979 e reflete o movimento de investidores em busca de proteção diante de incertezas econômicas e tensões geopolíticas.
Metal volta a ser porto seguro
O preço do ouro atingiu US$ 4 mil a onça pela primeira vez, impulsionado pela inflação persistente nos Estados Unidos, o aumento da dívida pública americana e a instabilidade política global. Bancos centrais também ampliaram suas reservas do metal, fortalecendo a demanda.
O movimento reaqueceu o chamado debasement trade, tendência em que investidores se refugiam em ativos reais para se proteger da desvalorização das moedas. O resultado: o ouro superou, nos últimos 12 meses, o desempenho do S&P 500, do Bitcoin e até de gigantes como a Nvidia.
Comparativo histórico
Dados de mercado indicam que o ouro teve melhor performance que o índice S&P 500 em praticamente todos os períodos analisados — 1, 5, 10 e 25 anos. A valorização consistente faz o metal retomar espaço nos portfólios de investidores que buscam estabilidade e diversificação.
Projeções para os próximos meses
O Goldman Sachs revisou a projeção do ouro para US$ 4.900 até o fim de 2026. Já o Bank of America avalia que o mercado pode atravessar uma fase de correção no último trimestre de 2025, após as fortes altas.
Mesmo assim, analistas apontam que o metal continuará sendo uma proteção estratégica contra a volatilidade das bolsas e o cenário econômico incerto.
Contexto global
A expectativa de novos cortes de juros nos Estados Unidos, apontada na ata mais recente do Federal Reserve (FOMC), e o baixo nível dos estoques de petróleo reforçam o ambiente favorável para os ativos de proteção.
O desempenho do ouro contrasta com a tendência de retração no número de empresas listadas nas bolsas americanas — reflexo de custos regulatórios e busca de empresas por permanecerem privadas por mais tempo.