FOTOS HRA Divulgação Notisul
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O Hospital Regional de Araranguá (HRA), administrado pelo Instituto Maria Schmitt (IMAS) e referência 100% SUS no Extremo Sul catarinense, promoveu na última sexta-feira (28) o 2º Encontro da Prematuridade. O evento reuniu famílias, bebês que passaram pela UTI Neonatal e profissionais que fizeram parte das suas histórias, celebrando vínculos que nasceram dentro do hospital e seguem fortes fora dele. 
A celebração ocorre em um momento especial para a UTI Neonatal do HRA. Desde sua abertura, em setembro de 2018, com cinco leitos, a unidade passou por duas ampliações: em agosto de 2022, alcançando 10 leitos; e em julho de 2023, com a inauguração da UTI Neonatal 2, que adicionou mais oito vagas. Hoje, são 18 leitos exclusivos para cuidados intensivos. O impacto é significativo: 1.760 bebês já foram atendidos, sendo 284 somente entre janeiro e novembro de 2025.
Um evento que nasceu do cuidado humanizado
Criado em 2023, o Encontro da Prematuridade surgiu do desejo de proporcionar um reencontro entre famílias e profissionais que compartilham períodos intensos de internação. Assim como na primeira edição, o evento deste ano foi organizado em parceria com o LAPREM da UFSC, responsável pelo acompanhamento dos bebês após a alta.
Sob supervisão da professora Cristiane Moran, alunos do LAPREM trabalharam lado a lado com a equipe da UTI Neonatal na criação da decoração artesanal, mobilização de doações e organização geral. A iniciativa contou ainda com o apoio de empresários e membros da comunidade, que contribuíram com alimentos, brinquedos e diversos materiais, tornando o ambiente acolhedor e emocionante.
O diretor-geral do HRA, Kristian de Souza, destacou o valor simbólico da celebração: ver crianças saudáveis brincando e sabendo que parte de suas histórias passou pelas mãos das equipes do hospital é, segundo ele, motivo de enorme satisfação.
A coordenadora da UTI Neonatal, enfermeira Lohrayne Rocha, ressaltou que o planejamento levou cerca de dois meses e envolveu toda a equipe. Para ela, o encontro reforça a importância dos vínculos criados com as famílias e celebra o desenvolvimento das crianças que enfrentaram uma jornada desafiadora no início da vida. 
Histórias que emocionaram o encontro
O evento também foi marcado por relatos de famílias que revisitaram momentos de luta e superação.
Adriana Dias Marques compartilhou a trajetória das gêmeas Mayla Helena e Yarin Emanuelly, nascidas com 32 semanas. A menor pesava apenas 1.500 gramas, e os 44 dias de internação foram vividos entre incertezas e esperança. Ela relata ter encontrado na equipe do HRA apoio não apenas materno, mas também emocional.
Bianca Linhares Junqueira, de Araranguá, retornou para rever os profissionais que cuidaram de suas filhas Ester e Betina, também prematuras de 32 semanas. A memória do parto antecipado, do medo e das orientações recebidas permanece viva, garantindo gratidão profunda à equipe. 
Outra história marcante foi a de Andrielle Tomé, de Balneário Gaivota, mãe dos trigêmeos Ravi, Ísis e Miguel, nascidos com 29 semanas. Foram 60 dias de internação, incluindo uma parada cardíaca de um dos bebês no terceiro dia de vida. Ela conta que, apesar de trabalhar na área da saúde, viver a UTI como mãe foi uma experiência totalmente nova — e o acolhimento da equipe foi decisivo para enfrentar o processo. Hoje, aos 2 anos e 6 meses, os trigêmeos são saudáveis e cheios de energia.
Celebração da vida e do trabalho em equipe
O 2º Encontro da Prematuridade reforça o compromisso do IMAS e das equipes do HRA com o cuidado humanizado, o acolhimento das famílias e a valorização das histórias construídas dentro da UTI Neonatal. Cada alta representa uma vitória e o início de uma nova jornada — e cada uma delas merece ser celebrada. 

